Agosto chegou e, com ele, a cor dourada ilumina campanhas em todo o Brasil com um objetivo claro: reforçar a importância da amamentação para a saúde de mães e bebês. Instituído pela Lei nº 13.435/2017, o Agosto Dourado simboliza o leite materno como padrão ouro de alimentação infantil, sendo insubstituível nos primeiros meses de vida.
Segundo o Ministério da Saúde, o leite materno reduz em até 13% a mortalidade em crianças menores de cinco anos, sendo capaz de salvar mais de 800 mil vidas infantis por ano no mundo. Ainda assim, os dados no Brasil indicam que a amamentação está longe do ideal: a média de aleitamento materno exclusivo é de apenas 54 dias, muito abaixo dos seis meses recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A amamentação exclusiva até os seis meses — ou seja, sem oferecer nenhum outro alimento ou líquido, nem mesmo água — protege contra infecções, reduz alergias, fortalece o sistema imunológico e o vínculo afetivo entre mãe e filho. Após esse período, a introdução de outros alimentos deve ser feita de forma gradual, mantendo-se o aleitamento até pelo menos os dois anos de idade.
Além de nutrir, o leite materno é uma verdadeira vacina natural. Ele contém anticorpos, enzimas e hormônios essenciais para o desenvolvimento do bebê. Para a mãe, o ato de amamentar também oferece benefícios: ajuda na recuperação pós-parto, reduz o risco de hemorragias, câncer de mama e ovário, além de fortalecer o vínculo emocional com o filho.
O Brasil já foi referência internacional na promoção da amamentação, com políticas públicas como a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, considerada a maior do mundo. No entanto, a realidade atual impõe desafios: falta de apoio familiar e profissional, desinformação, jornadas de trabalho rígidas e ausência de locais adequados para amamentação estão entre as principais barreiras enfrentadas pelas mulheres.
Para reverter esse cenário, especialistas defendem ações concretas de apoio às mães, como ampliação da licença maternidade, incentivo ao aleitamento nas empresas, capacitação de profissionais da saúde e campanhas de informação que cheguem a todos os públicos.
Durante o mês de agosto, diversas instituições promovem rodas de conversa, atendimentos, palestras e atividades voltadas à conscientização. A cor dourada, símbolo do valor do leite materno, estará presente em laços, prédios iluminados e nas redes sociais.
Mais do que uma campanha, o Agosto Dourado é um chamado à sociedade: amamentar não é apenas um ato individual — é uma responsabilidade coletiva que envolve famílias, empresas, governos e toda a comunidade.