Com a jornalista Margô Segat
QUADRO: A HISTÓRIA DE UMA CANÇÃO – “JAMBALAYA”
Hoje a gente mergulha na história de uma música que atravessou o tempo, as fronteiras e os estilos: “Jambalaya (On the Bayou)”. O nome é estranho? Talvez. Mas se você escutar o refrão animado, com sotaque sulista e cheiro de festa no ar, vai entender por que essa canção virou um clássico mundial.
A música foi composta por Hank Williams, uma das maiores lendas da música country norte-americana, e lançada em 1952. Inspirada na cultura cajun da Louisiana, “Jambalaya” fala de comida típica, amor, festas e alegria à beira do bayou, os famosos pântanos do sul dos Estados Unidos.
Com seu ritmo leve e dançante, rapidamente conquistou as paradas de sucesso nos EUA e foi regravada por diversos artistas. Um dos nomes mais marcantes dessa trajetória foi Brenda Lee, cantora americana conhecida como “Little Miss Dynamite”. Ela gravou sua versão ainda muito jovem, nos anos 50, com sua voz potente e seu estilo cheio de energia.
É importante destacar que, aqui no Brasil, muita gente confunde essa Brenda Lee com uma outra Brenda Lee — uma travesti brasileira, ativista dos direitos LGBTQIA+, que ficou conhecida por acolher pessoas soropositivas na Casa de Apoio Brenda Lee, em São Paulo. Infelizmente, essa Brenda foi assassinada brutalmente em 1996. Um nome, duas histórias totalmente diferentes — e ambas com muito significado.
Voltando à música: nos anos 70, John Fogerty, vocalista e líder da banda Creedence Clearwater Revival, reviveu Jambalaya de forma brilhante. Em 1973, lançou sua versão solo no projeto The Blue Ridge Rangers, tocando todos os instrumentos sozinho. A faixa foi sucesso nas paradas e mostrou que a música cajun podia ser reimaginada com pegada rock’n’roll e muita autenticidade.
E é com John Fogerty que a gente encerra essa viagem musical. Ele não apenas homenageou a canção original, mas ajudou a apresentá-la a uma nova geração, levando o som do bayou para o mundo inteiro. Uma música, muitos intérpretes, e uma história que continua viva.